Por Carolina Villela
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, classificou a fraude do INSS envolvendo descontos ilegais como “tragédia social” e afirmou que há indícios de “aparente conluio com agentes públicos”. As declarações foram feitas, nesta quinta – feira (15), durante julgamento que analisa se o Ministério Público do Trabalho pode atuar em ação que discute o pagamento de honorários advocatícios em ações coletivas, aprovados em assembleia geral, sem aval dos trabalhadores.
“Nós estamos vendo essa tragédia social do INSS. Independentemente de juízo de valor sobre o caso concreto, e sobre responsabilidades, que neste instante não nos cabe individualizar, é certo a essas alturas que temos pelo menos fartos indícios de um consórcio deletério em que entidades representativas se voltaram contra seus representados, em um aparente conluio com agentes públicos”, afirmou Dino.
O ministro ressaltou que a investigação da Polícia Federal (PF) indicou que os suspeitos reuniram “fortunas” e destacou bens luxuosos apreendidos.
“Me refiro apenas àquilo que a Polícia Federal, o próprio Ministério Público e o Poder Judiciário, nas instâncias ordinárias, têm encontrado: carros de luxo, bens, aviões. Que obviamente é uma atipicidade de entidades representativas de aposentados”, concluiu.