Por Hylda Cavalcanti
A especialista em Gestão Sustentável Adriana Tostes pediu, nesta quinta-feira (26/06), maior engajamento por parte das lideranças e de todos os níveis hierárquicos de órgãos do Judiciário brasileiro no sentido de ampliar as ações de sustentabilidade e ajudar a combater a crise climática.
A especialista foi uma das palestrantes do seminário sobre o tema, realizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em sua opinião, o engajamento em torno da questão precisa englobar as cadeias estratégicas, operacionais e também os fornecedores do Judiciário para que possam garantir integridade nas entregas. “É uma temática transversal na sua essência”, destacou.
Inventários e projetos
Adriana lembrou que foi solicitado, por meio de resoluções do CNJ aos tribunais, a produção de inventários sobre as emissões de gases de efeito estufa por cada um deles, a elaboração de planos de descarbonização e a adoção de iniciativas que compensem as emissões.
No entanto, ela apresentou uma pesquisa na qual apenas 27% das empresas globais afirmam ter processos sólidos para monitorar essas ações, ou seja: para a execução dessas práticas internamente. E isso também se reflete nos órgãos do Judiciário.
“O Pacto Nacional pela Sustentabilidade no Judiciário foi assinado pelos presidentes dos três Poderes do Brasil. O tema precisa estar no cerne da estratégia de todos os órgãos”, afirmou.
Segundo a especialista, também é preciso aperfeiçoar a modelagem de coletas de dados quanto aos indicadores de energia das comarcas dos tribunais.
Redução das emissões
“O grande objetivo dos planos de mitigação é a redução das emissões de carbono. A questão não é mais reduzir copos de plástico e nem gastos de papel nos tribunais, e sim avaliar a real necessidade de consumo e de gastos desses tribunais”, explicou.
A seu ver, junto com esse inventário, é preciso avaliar as receitas e contas “para se chegar a um bom índice de sustentabilidade”.
Para Adriana Tostes, planos de contratação, planos de descarbonização e planos de logística sustentável são projetos que precisam atuar de forma integrada em todos os órgãos, não apenas no Judiciário.